Janelas do meu apartamento, que me permitem apreciar, todos os dias, a qualquer hora, as copas verdes das árvores, pássaros variados e muito céu...
Janelas do meu carro ou de outros automóveis, do ônibus em que viajo, por onde passam ruas, pessoas, paisagens...
Janelas de tantos lugares que frequento, casas de amigos, escritórios, hotéis...
Mas acima de tudo meus olhos, que, somados ao sentimento e à emoção, conseguem captar essas imagens, imobilizadas através de uma câmera fotográfica, rabiscos desenhados sobre um papel, ou até mesmo palavras.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Adaptação de um Passarinho à Vida na Selva de Pedra

Ela estava no jardim, caçando uma minhoca. Tentei fotografá-la, mas ela foi mais rápida, pegou a minhoca e escapou. Pousou numa pedra mais adiante. Novamente empunhei a máquina e novamente ela fugiu. Então continuei a caminhar e vi que estava pousada em um galho, com a minhoca pendurada no bico, a me olhar, sem fazer qualquer movimento. Imaginei que devia estar levando comida para sua ninhada, que estaria por perto, certamente, e tentava me despistar. Virei as costas e saí, para tranquilizá-la.
Nesse momento, percebi atrás de mim um vôo muito veloz em direção ao poste da calçada em frente. Pude vê-la entrar pelos espaços de um tranformador e, com alguns raios de sol que ali penetravam, avistei um emaranhado de galhos e ouvi a gritaria dos pequenos filhotes, ansiosos pelo alimento. Não avistei os bichinhos. Só ela, a mãe zelosa, cumprindo a sua tarefa de alimentadora e protetora. Em um ninho construído dentro de um transformador...

Ninho de Sabiá-laranjeira dentro de um transformador

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